sábado, agosto 26, 2006

"...sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"
[Caio Fernando Abreu]

domingo, agosto 13, 2006

Malditas Migalhas

Migalhas, migalhas, migalhas... MALDITAS migalhas que insistem em me oferecer.

Talvez eu devesse começar a juntar migalhas pra misturar com um ovo batido e fazer uma omelete. Ovo ou qualquer coisa que dê liga as malditas migalhas pra ver se assim elas mudam do "Hum, não, obrigada." pro "Ok, obrigada. ai, detesto migalha, mas aceito por educação.".

Não que aceitar migalhas por educação seja errado ou o contrário, sei lá, o fato é que já que tem tanta migalha vindo de tanto lugar diferente, melhor eu pensar num jeito de digeri-las.

Já estou até vendo eu guardando minhas migalhas em um daqueles potes de vidro, grandes, com tampa de madeira, que os decoradores usam pra decorar as cozinhas dos catálagos de móveis de cozinha. Humm, será que migalha estraga? Sim, porque omelete de migalha, mesmo que não seja todo dia, vai ser difícil encarar, mas dentro do meu lindo pote de vidro pode ser que elas passem a me agradar.

Ai, eu preciso descobrir um jeito e ficar com essas migalhas sem reclamar ou vão começar a desconfiar que elas realmente não me bastam.

quarta-feira, agosto 09, 2006

O amor suporta tudo. Se não suportou é porque não era amor.

Se um dia, qualquer dia, alguém ou alguma coisa, qualquer alguém ou qualquer coisa, me disser que esqueça uma coisa importante (essa coisa que eu ganhei, e que eu gosto tanto, e que me faz tão enlouquecedoramente bem), só porque não poderei mais tocar essa coisa por um bom e longo tempo (que é uma coisa que eu gosto e me dá prazer e que eu faço quase sempre porque quase sempre eu tenho vontade de fazer coisas que me dão prazer), eu vou sentir, eu vou chorar, eu certamente vou tremer de raiva, nervoso, tristeza e saudade, mas eu vou dizer a essa coisa que vá, e enquanto eu disser a ela que vá, que se dedique e cresça forte, bonita e rica de coisas que me encherão de orgulho, eu vou abraça-la bem forte pra que no momento que a solidão me rasgar por dentro, eu possa lembrar daquele último toque tão forte, tão intenso, tão inesquecível e renovar minha certeza de que vai valer a pena esperar.

Eu jamais (jamais!) abriria mão de algo importante na minha vida mesmo que a dor da minha saudade fosse diretamente proporcional ao crescimento desse algo. Aliás, principalmente por isso.