domingo, julho 29, 2007

Nada

Ao olhar nos rostos opostos que passam por mim
Não vejo nada.
Ao vivenciar as vidas perdidas de outros
Não vejo nada.
Ao procurar os dizeres e seus deveres febris
Não vejo nada.
Se nada vejo,
nada sinto,
nada como,
de nada desfruto.

Alguém se vai as minhas costas
outra nasce adiante
Nada importa.
Se é o quente do verão
ou se as folhas do outono caírem no inverno
Nada importa.
Se nada importa,
nada sinto,
nada como,
de nada desfruto.

Se tudo é um grande nada
pergunto-me onde errei
em que curva entrei
para sair em um nada
nada distante
nada perto
nada de nada
em lugar algum.