quarta-feira, agosto 24, 2005

Pelos (nossos) bons momentos

Pelo riso contido
Pelas gargalhadas
Pelas provocações
Pela insegurança
Pelos elogios
Pelas conversas
Pelo silêncio
Pela timidez
Pelo ciúmes
Pela curiosidade
Pelos exemplos
Pelo carinho
Pelas broncas
Pela risada
Pelo aprendizado
Pelas trocas
Pela admiração
Pelo desejo
Pela dúvida
Pelo cheiro
Pela voz
Pelo zelo
Pelo sorriso
Pelo olhar
Pelo nunca
Pelo sempre
Pelo agora
Pelo talvez

Mas sempre pelos nossos bons momentos...

segunda-feira, agosto 01, 2005

Da Série Historinhas com finais diferentes.(I I I)

De uma lidinha nas 2 anteriores....

João e Maria


Existiam dois irmãos, chamados João e Maria, que andavam muito juntos. Os dois sempre estavam juntos, sorrindo, pulando, correndo por toda a vizinhança. Brincavam do modo deles e pareciam que não precisavam de ninguém.
Seus pais, sempre muito protetores, não viam este isolamento com maus olhos e seguiam a frase “antes só, do que mal acompanhado”.
Eles moravam em uma pequena cidade, que em suas proximidades, havia uma densa floresta. Umas crianças que não topavam muito os dois irmãos (isto era quase unânime entre elas), lançaram o desafio deles passarem por esta floresta, pela trilha que leva a casa da Bruxa.
A Bruxa, era um conto de muito tempo, que ainda amedrontava a tantos na cidade. Muitos diziam a ver pela noite, caçando almas para comer. João e Maria não deram muita bola. Juntaram suas coisas em duas mochilas e partiram para a aventura.
Era manhã quando os dois partiram, entrando na densa mata. Caminharam por horas e nada avistavam. Já estavam a ponto de desistir, quando viram, ao longe, uma pequena fumaça.
Andando um pouco mais a frente, verificaram, que num pequeno declive, encontrava-se uma pequena casa. Não devia ter ela, mais de quatro cômodos. Mas o que mais deixou os dois encantados, era que toda a casa, toda ela, era feita de doces e confeitos.
Não tardaram a apressar o passo, tentando chegar aquela casa o mais rápido possível.
Junto à cerca de entrada, puderam ouvir uma voz fraca, porém aguda, que vinha da lateral da casa. Ao olharem mais a direita, puderam ver uma senhora gorda, de saia preta, camisa de um branco mais encardido que pum de burro... a roupa era velha, que nem a dona. Juntas, roupa e dona, deviam dar mais de 200 anos. E como a bicha era feia. Nariz pontiagudo, verruga na ponta... pronto!!! Acharam a bruxa... só faltava o chapéu de ponta... e a varinha de condão.
Por um momento pensaram em não entrar, mas a bruxa os viu. Sorriu com os poucos atacantes que ainda lhe restavam na boca (o famoso 1001) e os chamou para entrar.
- Crianças... crianças... a quanto tempo não vejo crianças por aqui – falava, enquanto caminhava para perto dos dois.
- Deve ser por que a senhora é uma bruxa! – exclamou Maria.
- Bruxa, eu? Oras, eu posso ter aparência de bruxa... e muitos, quando aqui aparecem, é para me insultar. Sei que na cidadela eu tenho fama ruim. Mas não tenho nada de má...
- e com saber? – pergunta João astutamente.
- Simples, vê minha casa? – os dois balançam a cabeça afirmativamente – ela era maior. Mas toda vez que recebo aqui crianças, elas a devoram o quanto quiserem.
- Mas por que a senhora deixa isto? Ficará sem casa! – fala João.
- Não meu filho, eu construo outro pedaço...
- A senhora por acaso ganhou este terreno pelo MST e agora quer dar o golpe no governo? Vendendo esta terra para roubar terra de outro e assim por diante? – pergunta Maria, com um ar pesado...
- Não, sou apenas uma velha sozinha, que tenta agradar a quem vem aqui, para que gostem de mim e me visitem mais.
- E o agrado é poder comer de sua casa?
- Sim. Ela é feita de doce, do chão ao teto... para quem quiser comê-la!
João e Maria não deixam a velha terminar a frase e já correm para os beiras de portas e janelas, para começarem a mastigar. Enquanto eles se deliciavam com estes, a velha foi entrando para sua casa, colocando um caldeirão no fogo e dentro destes, água, algumas poucas cenouras em rodelas, cebola, alho e vários outros condimentos.
Os irmãos pareciam verdadeiras traças, pareciam que nem respiravam mais, mandavam a boca em tudo que podiam. A velha olhava para os dois, comendo feito porcos e olhava o seu caldeirão. Sorria e continuava cortar suas verduras e legumes.
Algum tempo se passou, até que os irmãos pesaram e pararam de comer. Pareciam pesar algumas toneladas a mais. Seus corpos estavam completamente lambuzados de doces. Sentados no chão, olhavam sorrateiros para a velha, que saíra de perto de seu caldeirão, se aproximando dos dois.
- E ai, comeram tudo? Vão querer mais?
João, com a mão sobre a barriga, fala: - Poxa, veia... eu acho que daqui a pouco, vou comer mais um pouquinho...
- Vocês, depois de tanto doce, não aceitariam uma sopinha de legumes e carne?
Maria, lembra logo das estórias contadas, de que a bruxa engordava as crianças, para fazer de ensopadinho, pula e berra a João:
- Ela vai tentar nos comer agora, João!!!
A velha toma um susto, quando vê João pular sobre ela. Os dois haviam comido muito, mas não o bastante para deixá-los moles ou lentos. João consegue segurar a velha pelas costas, que tenta em vão sair da chave inglesa que ele a aplica, mantendo um dos braços dobrados para trás, bem como suas pernas segurando as pernas da velha. Ela cai com suas costas no chão. A velha fica igual a um siri de barriga para cima. Ela somente berra:
- Vocês enlouqueceram? Eu não vou fazer nada!!! É só uma sopinha...eu não sou bruxa!!!
Maria, vasculha a mochila e vai falando com a velha, que tentar se soltar em vão.
- Pensou que iría nos fazer de prato principal? Se enganou!! Nós já conhecíamos sua fama. Agora você vai sofrer a conseqüência! – falando estas palavras, Maria puxa de sua mochila um “consolo”, que deveria medir uns 40cms... fora a largura do bicho... dava medo, realmente, só de ver... a velha, de fronte para aquele bicho, rico em detalhes, como dobras, veias, etc... se tremeu, imaginando o estrago que aquilo poderia lhe causar... mas o que a deixou mais apreensiva, foi quando Maria ligou o vibrador... aquilo parecia um liquidificador...
De repente o barulho fica mais alto. Maria chega a sacudir o bicho para ver se deu problema... mas não vem dele aquele barulho. Vem das hélices dos helicópteros que rodam por cima da casa... as janelas são quebradas por homens vestidos de preto, aonde só se lia, em letras garrafas brancas “FBI”. O berro de todos no chão, vem de todos os lados e os três jogam-se no chão.
A primeira a ser pega é a velha. Com um semblante aterrorizado, ela vê os outros policiais pegarem João e Maria e, enquanto os algemavam, liam seus direitos. Um policial chega para a senhora, perguntando se estava tudo bem:
- Estes dois já estavam em vistas nossas. São dois delinqüentes que os pais encobriam... estávamos aguardando uma brutalidade a mais dos dois para trancafiá-los!!!
Em poucos minutos, todos somem e a velha fica sozinha de novo em casa. Ela se dirige até seu caldeirão. Olha e lamenta não ter ninguém para comer aquela sopa toda que tinha feito. Ninguém a visitava, pelas estórias que contavam, quando aparecem duas crianças, são más. Que vida. Que vida...

Daí temos somente a dizer:Pensou que o FBI viria por causa da Bruxa, não???
Se deu mal...kkkkk... mas tudo bem... ela ficou bem... era somente uma senhora. Se você ler de novo, vai ver João e Maria com outros olhos, desde o inicio. Eles agora cumprem pena... e a velha? Bem, a velha não tem recebido visitas, mas não tem tirado o sorriso do rosto a muito tempo... por que? Lembra do consolo? Pois é... são grandes amigos agora....