Eu não sei bem o que é...
É um pouco desse teu jeito de ficar sem jeito quando eu falo coisas sobre o teu jeito, um pouco do jeito com que tu olhas pra mim, com esse olhar que eu perco o ar, esse teu olhar misterioso, profundo, indecifrável ou talvez quando sorris desse jeito que me preenche por dentro.
Deve ser teu jeito desprendido de falar de intimidade e ao mesmo tempo manter-te tão reservada. Essa delicada força feminina que te faz tão humana e tão real.
Tu tens um jeito de cuidar de mim quando eu preciso, de quem parece adivinhar quando preciso de ti até quando nem eu sabia que precisava tanto. E me conheces tanto, e me entendes tanto, e me ensinas tanto.
E me perturba saber que não faço o mesmo por ti, e logo depois te ouvir dizer que eu faço, sim, me faz tão bem de novo, que começo de novo a me questionar como é que sabes tão bem como me fazer tão bem.
Talvez seja o teu jeito dedicado a mim que te faz ser minha por alguns instantes e ao mesmo tempo essa sua independência de ser minha só quando queres que me vicia. Teu jeito claro de dizer coisas difíceis, tua velocidade de pensamento que às vezes até me assusta. Desafio que me atormenta.
E tu falas coisas que me calam e por dentro e eu te xingo e te admiro com a mesma intensidade, por me conheceres tão bem. E te agradeço, por dentro, por me conheceres tão bem. E desligo o telefone querendo que a ligação comece de novo pra sentir tudo isso outra vez.
É esse teu jeito de ser irritantemente desejável. E quanto mais afinidade eu encontro na gente, mais quero que o tempo passe.
E é aí, quando você parece frágil, que eu quero te pegar no colo e te abraçar forte, te fazer sentir tão querida e protegida como você faz eu me sentir quando eu te tenho. Mas quanto mais procuro tuas fraquezas, mais encontro as minhas.
Ah, menina sem jeito, é esse teu jeito que eu não sei de que jeito deu um jeito em mim.
