sexta-feira, setembro 02, 2005

Sem Medo

Todas as manhãs, a dúvida, o desconforto.
É incessante a busca por justificativas, por respostas, que dêem sentido às coisas que vêem realizando.
A complexidade da vida não pode ser resumida num cotidiano enfadonho e chato, regado de regras e tabus sociais que não lhes traz a devida satisfação pessoal e que não explica a razão de sua existência.
A pergunta: você está feliz?
Deixe esta pergunta ecoar e repercutir em todo seu ser.....
Pense um pouco, analise....
Verifique tudo o que tem tido, lido e feito ultimamente.
Lembre dos encontros e desencontros, das surpresas, das aflições, das injustiças, lembre do amor e da sensação de estar enamorado.
Pense na família, nos amigos próximos, pense na saudade, na ausência, na carência, dos belos sorrisos de infância.
E agora, pesado tudo isso: você está feliz?
Eis o desconforto e a dúvida.
Não sei em qual medida esta felicidade está sendo questionada. Em qual nível.
Estamos falando da felicidade palpável, porém questionável, refletida pelas aquisições materiais?
Ou estamos falando do inatingível, do inócuo, daquela alegria e entusiasmos adolescentes e inexplicáveis?
Como se atinge este nível de desprendimento e despretensão que possibilita enxergar de maneira otimista as mais variáveis mutações do ser humano?
Sim, mutaçãoes que resultam em atitudes e reações assoberbadas e absurdamente invertidas de valores, tendo em vista que a felicidade se encontra na sutileza e na simplicidade dos que vivem sem medo?
Que medo?
O que nos cega, o que no segura, o que nos paralisa, o que nos faz agir com ressalvas e receio perante os outros.
O medo que nos empurra pro fundo, que nos faz regredir, que nunca nos levanta, não nos faz crescer e nos impede de ver o outro como alguém que tem alguma coisa para nos dar.
Qualquer coisa é aprendizado. Tudo é aprendizado.
Sorrir com as desgraças?
Não, ninguém é louco, não sejamos extremistas, e, apenas, podemos ficar em casa, na suposta segurança de nossa casa, esperando por um mundo melhor, com menos violência, mas justiça, maior liberdade, mais respeito, mais consciência, mais amor?
Digamos que todos façam o mesmo, e fiquem em casa, quem vai promover as mudanças?
Elas vêem de dentro pra fora, a felicidade só será alcançada de maneira individual, quando descobrirmos que nos bastamos, que somo únicos, que nosso corpo é nossa casa, nosso santuário. E que se eu me vejo de maneira dúbia, atravessada, prejudicada pelas normas, como posso querer que os outros me vejam melhor, diferente?
E novamente a pergunta: Você está feliz?
Creio que o que vai determinar sua resposta é uma segunda pergunta:
Você tem medo?
E isso resume tudo: quer ser feliz?
Viva sem medo!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lao
Cheguei aqui não sei como.Penso que um cordão invisível pegou-me pela mão e aqui me trouxe.
Fui lendo até o fim porque é exatamente a mesma pergunta que faço a quem se lamenta.
E acrescento que se a resposta a pergunta :"Você está feliz?, for NÂO.Então em frente há uma porta esperando ser aberta.

12:26 PM  

Postar um comentário

<< Home