quinta-feira, novembro 17, 2005

Eu tento repirar...
mas o pulmão dói.
dói igual a quando tento levantar minha mão.
Não sei o que faço aqui.
Queria poder ir embora...
Mas tudo passa tão depressa...
a dois dias era somente uma criança...
ontem, um adolescente, que só tinha uma preocupação...
passar de ano... e mesmo assim, como reclamava.
Podia olhar as meninas...
Falar-lhes algumas frases picantes...
E se retornado com um sorriso... alargar o peito e ir adiante.

Eu tento respirar...
Mas a cabeça me dói.
Dói de uma forma única e sem igual.
Como jamais doeu antes.
Queria poder ir embora...
Mas o escuro me envolve...
me deixando imóvel.
Tantos dados da sorte lançados,
tantas cartas marcadas passaram...
Quantos jogos ganhei?
Menos do que perdi...
Mas esta é a lei...

Penso, mesmo com toda a dor...
O que esta lá fora?
O que eu deixei?
Um punhado de areia...
Poucas idéias...
algumas memórias em fotografias amareladas.
Só não sei se alguma lágrima...
Seria bom...
Não para quem as chora, mas para mim.
Sentiria-me amado...
Nem os copos de chopp lembrarão!

Eu queria poder dizer mais uma vez...
Olá...
Eu queria ver o sol, mais uma vez...
só há escuridão...
Poder ter segurado aquela mão, que passou por mim,
no meio de toda aquela multidão e ali,
tive certeza de que era a minha metade.
Mas deixei ir embora...
Quero ir embora...
E tentar acertar meus erros...
Sorrir para quem cerrou os olhos para mim...
Eu só queria poder ir embora daqui...
e ver o sol...
ver a luz.